A Guerra da Birmânia ou Burma foi uma longa batalha ocorrida na frente de combate do Sudeste Asiático da Guerra do Pacífico, durante a II Guerra Mundial, iniciada em 1942 com a invasão japonesa do país e encerrada com a vitória dos Aliados em 1945.
A campanha militar envolveu de um lado o Japão e seu aliado Exército Nacional Indiano - que lutava pela independência da Índia do domínio britânico – e de outro a China, a Grã-Bretanha, as Índias Britânicas – que hoje inclui Paquistão e Bangladesh - e os Estados Unidos.
Os japoneses atacaram a Birmânia em 1942 e durante dois meses avançaram pelo país tomando a província de Tenasserim em direção à capital Rangum, o maior porto
da Birmânia, por onde os Aliados recebiam a grande parte de seus
suprimentos. Em princípio, ela foi relativamente bem defendida dos
ataques aéreos nipônicos pela pequena força da RAF
com o auxílio dos Tigers, mas como a maioria dos aeródromos entre a
capital e o avanço das forças invasoras ia sendo perdido à medida que o
inimigo ganhava acesso a eles, capturando aeronaves ou obrigando sua
evacuação, essa defesa aérea da capital ia perdendo sua força.
As operações na Birmânia durante o restante de 1942 e em 1943 foram um estudo de frustrações militares para os Aliados. Os britânicos não tinham condições materiais de lançar duas ofensivas simultâneas e as operações no norte da África eram a prioridade do Império, perto de casa e de acordo com a política de Londres e Washington de “os alemães primeiro”.
General Wingate.
General Wingate.
O reforço das forças britânicas também foi afetado pela desordem existente na Índia na época. Diversos movimentos violentos pela independência e da retirada de tropas indianas sob comando britânico, explodiram em Bengala, onde uma onda de fome assolou a região, levando mais de três milhões de pessoas à privações e doenças. As condições de caos reinante no país dificultavam o estabelecimento de uma linha de comunicação eficiente com a linha de frente em Assam e o uso das indústrias locais no esforço de guerra.
A partir de 1945, a contra-ofensiva aliada na Birmânia tornou-se total, atacando os japoneses pelo norte, centro e sul do país. Na primavera, anos de planejamento da inteligência e da espionagem britânica frutificaram, levando à rebelião nacional dentro do país, com as forças do Exército Nacional de Burma passando em peso para o lado dos aliados. Além de ter que enfrentar o avanço aliado, agora os japoneses precisavam também lutar em sua retaguarda.
Começou então a corrida para Rangum, a capital ocupada desde 1942, com combates se sucedendo através das estradas e regiões que levavam à capital. O comando britânico temia que a cidade fosse defendida pelos japoneses até o último homem, o que tornaria desastroso o abastecimento do exército, devido a grande distância de suas linhas de comunicação terrestres. Entretanto o comandante japonês de Rangum, general Kimura, havia evacuado a cidade por terra e mar a partir de 22 de abril, deixando uma brigada de infantaria para cobrir a retaguarda.
Em 1 de maio, tropas pára-quedistas de gurkhas desceram na retaguarda japonesa na embocadura do rio Rangoom, limpando a região de inimigos, auxiliados pela 26ª divisão de infantaria indiana, que no dia seguinte entrou na cidade, que vivia uma orgia de saques e falta completa de lei igual a dos últimos dias da ocupação britânica três anos atrás.
Após a captura da capital, ainda havia tropas japonesas a serem derrotadas, mas a guerra tornou-se quase uma perseguição. Dois dos principais exércitos aliados retornaram à Índia, para o planejamento da ofensiva final a todo o sudeste asiático e novos corpos de exército forma formados.
Com a invasão da Malásia preparada, as duas bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki levaram à rendição incondicional do Japão, fazendo com que o restante dos territórios asiáticos ocupados pelo Japão fossem rendidos sem luta.
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