Alemanha, 1933. Adolf Hitler, à frente do Partido Nazista, acaba de se
tornar chanceler e se depara conduzindo uma república no auge de uma
crise econômica e de uma inflação galopante. Ele usou o culto à
personalidade nutrido por seu líder de propaganda Joseph Goebbels, que
espalhou a ideologia xenófoba e antissemita dos nazistas, que Hitler
divulgava desde a Primeira Guerra Mundial e reforçou em Mein Kampf: os
judeus, ele alegava, eram parte de uma conspiração internacional contra a
Alemanha. Ele usaria o poder do estado alemão, que havia se tornado o
Terceiro Reich em 1934, para progressivamente excluir os 600.000
cidadãos alemães de origem judaica da sociedade, primeiro forçando-os a
imigrar e em seguida aniquilando-os. A partir de 1933, os judeus foram
proibidos de ter empregos que envolvessem contato com o público, o que
incluía atores, jornalistas, músicos, e, mais tarde, professores
universitários. Goebbels separou livros de autores que os nazistas
consideravam degenerados e os queimou em praças públicas em maio de
1933. Como empresas e lojas judaicas ainda estavam dentro da lei, em
abril de 1933 Goebbels pediu um boicote. Foi um fracasso. Mas depois de
dois anos de propaganda, a ideia começou a entrar na mente da população,
que passou a pensar que os judeus eram um grupo separado na sociedade
alemã e que a segregação imposta a eles era justificada: eles não tinham
mais lugar na Alemanha. A violência física contra os judeus começou a
se tornar uma prática comum no verão de 1935, e mesmo o grande número de
extrações deixava a sociedade indiferente. Enquanto isso, no ministério
do interior, advogados nazistas definiam o que significava ser judeu,
identificando, assim, quem deveria ser excluído. As leis de Nuremberg de
setembro de 1935 retiraram a nacionalidade alemã dos judeus do país.
Dali em diante, os serviços secretos, a polícia do país e a polícia do
partido político, todos sob ordens de Himmler, tornaram-se a ponta da
lança da política antissemita do Terceiro Reich.
Episódio 05 - A Solução Final
Episódio 05 - A Solução Final
No gueto de
Varsóvia, Emanuel Ringelblum e outros membros do grupo documental Oyneg
Shabbos juntavam tudo que podiam para reconstruir a vida no gueto;
artigos de jornais, textos eruditos, até ingressos de shows e desenhos
de crianças. Quando eles descobriram sobre as mortes de judeus de
cidades adjacentes em Chelmno e do gueto de Lodz no final de 1941, eles
perceberam que os nazistas e seus auxiliares locais haviam embarcado em
uma operação de aniquilamento. Em meados de março de 1942, o gueto de
Lublin foi aniquilado. Aqueles que a SS considerava "inadequados para o
transporte", os enfermos e as crianças foram mortos no gueto. Os outros
foram levados à estação de trem. Todos os itens deixados no gueto foram
tomados pelos nazistas, e qualquer coisa que os deportados levassem
consigo era confiscada na chegada ao campo, onde eram obrigados a se
despir. O dinheiro encontrado era colocado em uma conta bancária em
Lublin, que servia para financiar as operações de deportação e
aniquilação, e para pagar as linhas de trens alemãs. Aqueles que
sobreviviam à jornada como gado em comboios eram levados dos vagões até
salas de troca de roupa e em seguida para as câmaras de gás, onde eram
asfixiados por químicos como o Zyklon B em menos de meia hora, enquanto
aqueles que eram incapazes de andar eram arrastados até túmulos
coletivos e mortos lá. Depois de Belzec, os campos de concentração de
Sobibor e Treblinka foram colocados em serviço. Dali em diante, a
liquidação dos guetos foi sistemática.
Nenhum comentário :
Postar um comentário