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terça-feira, 26 de julho de 2016

Annihilation - A Destruição dos Judeus da Europa Epis.07

Alemanha, 1933. Adolf Hitler, à frente do Partido Nazista, acaba de se tornar chanceler e se depara conduzindo uma república no auge de uma crise econômica e de uma inflação galopante. Ele usou o culto à personalidade nutrido por seu líder de propaganda Joseph Goebbels, que espalhou a ideologia xenófoba e antissemita dos nazistas, que Hitler divulgava desde a Primeira Guerra Mundial e reforçou em Mein Kampf: os judeus, ele alegava, eram parte de uma conspiração internacional contra a Alemanha. Ele usaria o poder do estado alemão, que havia se tornado o Terceiro Reich em 1934, para progressivamente excluir os 600.000 cidadãos alemães de origem judaica da sociedade, primeiro forçando-os a imigrar e em seguida aniquilando-os. A partir de 1933, os judeus foram proibidos de ter empregos que envolvessem contato com o público, o que incluía atores, jornalistas, músicos, e, mais tarde, professores universitários. Goebbels separou livros de autores que os nazistas consideravam degenerados e os queimou em praças públicas em maio de 1933. Como empresas e lojas judaicas ainda estavam dentro da lei, em abril de 1933 Goebbels pediu um boicote. Foi um fracasso. Mas depois de dois anos de propaganda, a ideia começou a entrar na mente da população, que passou a pensar que os judeus eram um grupo separado na sociedade alemã e que a segregação imposta a eles era justificada: eles não tinham mais lugar na Alemanha. A violência física contra os judeus começou a se tornar uma prática comum no verão de 1935, e mesmo o grande número de extrações deixava a sociedade indiferente. Enquanto isso, no ministério do interior, advogados nazistas definiam o que significava ser judeu, identificando, assim, quem deveria ser excluído. As leis de Nuremberg de setembro de 1935 retiraram a nacionalidade alemã dos judeus do país. Dali em diante, os serviços secretos, a polícia do país e a polícia do partido político, todos sob ordens de Himmler, tornaram-se a ponta da lança da política antissemita do Terceiro Reich.
Episódio 07 - Autópsia de um Assassino em Massa
Em 20 de novembro de 1945, o julgamento do alto escalão do Terceiro Reich - incluindo Göring - foi iniciado em Nuremberg, a cidade onde as leis antissemitas foram criadas em 1935. Um ano mais tarde, o tribunal militar internacional sentenciou 12 dos acusados à morte, e mais sete pessoas à penas de prisão. Ao longo das audiências, poucas foram as menções ao Holocausto. Muitos judeus foram chamados como testemunhas, e apenas Hans Frank, Governador Geral da Polônia, reconheceu a perseguição que os judeus sofreram. Mas para a França, a Grã-Bretanha e a Alemanha pós-guerra, não havia desejo de realizar outro julgamento. Foram as autoridades americanas que levariam a justiça até estas pessoas de idade, doutores e diplomatas que estavam envolvidos no Holocausto. Um jovem advogado de 27 anos, Ben Ferencz, foi confiado a encontrar documentos que poderiam reforçar as acusações em 27 julgamentos, apesar do fato dos nazistas terem destruído quase todos seus arquivos ao final da guerra. Ele foi capaz de encontrar centenas de documentos guardados em um chalé na floresta de Dahlem, quatro cadernos contendo relatórios do fronte leste. Estes documentos continham informações detalhadas dos assassinatos em massa e dos massacres perpetuados contra os judeus ucranianos nos Países Bálticos entre 1941 e 1944 pelos grupos do Einsatzgruppen. Ferencz conseguiu convencer seus superiores a fazer um julgamento, do qual ele era o promotor. Ele condenou 24 oficiais com crimes de guerra e crimes contra a humanidade, completamente ciente de que isto não era nada em comparação com a escala dos assassinatos em massa. Nenhum dos acusados assumiu culpa, ou demonstrou qualquer tipo de remorso, todos se escondendo na defesa de terem apenas obedecido ordens. 
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