A Guerra da Coréia é fruto da disputa velada entre os Estados Unidos e a ex-URSS, antigos aliados durante a Segunda Guerra Mundial. Ao final desta, em 1945, estes países dividiram a Coréia em duas zonas de influência, com o sul ocupado pelos norte-americanos e o norte dominado pela União Soviética. Ambas são divididas pelo
Paralelo 38º, firmado como marco divisor na Conferência de Potsdam. Em
1947, na tentativa de unificar a Coréia, a Organização das Nações Unidas
– ONU - cria um grupo não autorizado pela URSS, para pretensamente
ordenar a nação através da realização de eleições em todo o país. Esta
iniciativa não tem êxito e, no dia 09 de setembro de 1948, a zona
soviética anuncia sua independência como República Democrática Popular
da Coréia, mais conhecida como Coréia do Norte. A partir de então, a
região é dividida em dois países diferentes - o norte socialista,
apoiado pelos soviéticos; e o sul, reconhecido e patrocinado pelos EUA.
Os governos norte-americano e soviético continuam a reivindicar o controle
total do território coreano. A região fronteiriça entre as duas Coréias
torna-se um ponto explosivo e delicado, de pura tensão. Começa a luta
doutrinária, as propagandas ideológicas viajam de um ponto a outro dos
dois países. Até que, no dia 25 de junho de 1950, alegando uma suposta
transgressão do Paralelo 38º, o exército da Coréia do Norte invade o
Sul, dominando sua capital, Seul, em 03 de julho. A ONU não aceita esse
ataque e manda suas tropas, lideradas pelo general americano Douglas
MacArthur, para expulsar os socialistas, que pretendem unificar o país
sob a bandeira do Comunismo. A URSS não intervém diretamente, apenas
cede auxílio militar. Mas, neste momento, inicia-se o confronto entre as
duas potências por um espaço de amplas vantagens comerciais e
territoriais, mesmo com o risco de deflagrar uma terceira guerra
mundial.
No mês de setembro, as forças das Nações Unidas tentam
resgatar o litoral da região oeste, sob o domínio dos norte-coreanos,
atingindo sem muitas dificuldades Inchon, próximo a Seul, onde se
desenrola uma das principais batalhas, e depois de poucas horas elas
ingressam na cidade invadida, com cerca de cento e quarenta mil
soldados, contra setenta mil soldados da Coréia do Norte. O resultado é
inevitável, vencem as forças sob o comando dos EUA. Com o domínio do
Sul, as tropas multinacionais seguem o exemplo dos norte-coreanos e
também transgridem o Paralelo 38º. Seguem então na direção da Coréia do
Norte, entrando logo depois em sua capital, Pyongyang, ameaçando a
fronteira chinesa ao acuar os norte-coreanos no Rio Yalu, sede de intensa batalha.
O governo chinês, ao se sentir em perigo, envia trezentos mil homens
em socorro da Coréia do Norte, entrando assim na Guerra e colocando em
risco a paz mundial. As tropas chinesas forçam o General MacArthur a
recuar e, em 04 de janeiro de 1951, conquistam Seul, dominando o Sul.
Logo depois, entre fevereiro e março, um novo avanço dos
norte-americanos expulsa as forças chinesas e norte-coreanas e as obriga
a retornar ao Paralelo 38º. A partir daí os jogos de forças permanecem
estáveis, equilibrados, prolongando esta guerra por mais dois anos, com
muitas mortes de lado a lado. Ao longo de quase três anos, uma sangrenta
batalha entre irmãos mancha a história de uma das culturas mais
célebres da Ásia. A paz é assinada finalmente em 27 de julho de 1953,
através do Armistício de Panmunjon. A fronteira estabelecida em 1948 é mantida, e é criada uma região desmilitarizada entre as duas Coréias,
mas até hoje não se chegou a uma resolução decisiva neste território, e
a tensão permanece, com ameaças constantes pairando no ar. Apesar do
final da Guerra Fria
entre os EUA e a URSS, hoje extinta, a pressão ideológica persiste,
mais preocupada atualmente em encontrar pretextos para intervenções em
corridas armamentistas nucleares, uma vez que a Coréia do Norte está
continuamente se gabando de ter o domínio de elevadas tecnologias na
esfera militar.
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